sábado, 19 de junho de 2010

Viagra, Droga do Amor?

O Boletim do PSIFAVI – Sistema de Psicofarmacovigilância da Escola Paulista de Medicina, de Maio/2000, n.7, entre outras advertências, fala, com o título “Será que Vale a pena?”, sobre alta taxa de mortes e de eventos cardiovasculares sérios com o Sildenafil, o conhecido Viagra. Afirma aquele Boletim que em uma reunião do Colégio Americano de Cardiologistas foi analisado os relatos de eventos adversos com o Sildenafil recebidos pelo FDA dos EUA. O FDA é o Departamento do Governo Norte-Americano que Regulamenta e fiscaliza o uso para o público alimentos e medicamentos.

De 1.473 eventos adversos sérios, 522 eram de morte, devido principalmente a causas cardiovasculares. Em 70% destas mortes a dose da droga foi de 50mg, sendo que 2/3 delas ocorreram 4-5 horas após a ingestão do medicamento, e a maioria dos falecidos tinha menos de 65 anos e não apresentavam história pregressa de risco cardíaco. Ainda, 88% das mortes ocorreram em pessoas que não estavam tomando nitratos.

Sempre há riscos no uso de qualquer medicamento, mesmo dos naturais. O melhor, é, se possível, evitar o uso de medicamentos e procurar modificar aspectos do estilo de vida que nos faz sofrer. Melhorar a alimentação, as atividades físicas, etc. Entretanto, a maioria de nós ainda prefere ir ao médico e sair com uma receita “mágica” para resolver nossas dores, sejam elas físicas, mentais, sexuais, ou até espirituais.

Há um lugar para a dor em nossa vida. Não há como não ter alguma dor da alma aqui nesse tipo de vida que vivemos. Dor de amor, da necessidade de amar e ser amado. Da incapacidade de amar como poderíamos desejar.

Uma forma de amar vem pela sexualidade. E quando a pessoa não consegue amar pelo coração primeiro, pela emoção, pelo sentimento, ela vai querer que seu corpo, suas glândulas, seus órgãos sexuais, “amem”. Ora, a mente é quem comanda o corpo e nossa mente não é burra. Se você tem problemas com a pessoa que ama (ou não ama), essa com quem quer ter relações sexuais, pode ser que em algum dia seu corpo diga “não” para o prazer. Isso significará que ele estará querendo dizer: “Você está querendo que eu (corpo) ame, quando você (pessoa) não ama. E assim não podemos funcionar em harmonia.”

Por isso, também (há outras causas menos comuns) pode surgir a impotência sexual. A ciência, com boas intenções, se tiver visão curta e dicotomizada da pessoa humana, produz uma saída: um medicamento! Basta tomar e “amar”. Funciona? Talvez até certo ponto. Mas há um preço a ser pago. Qual? O preço de você querer “amar” com o corpo sem o coração estar junto.

O corpo pode sofrer por causa desse abuso e, mediante o uso de certas drogas, apresentar sofrimentos, sinais de emergência, de fadiga. É isso o que este estudo mostrou e que deve fazer com que nossos olhos sejam abertos, para que você pense que o amor começa no coração, na mente, não no pênis ou na vagina. Orgasmo sem amor só deixa um vazio depois. E talvez alguns efeitos perigosos colaterais de certos medicamentos afrodisíacos.

Escrito por Dr. Cesar Vasconcellos de Souza on Sex, 11 de Junho de 2010 16:25